A partir daí os registros históricos são seqüenciados, principalmente a partir de 1856, com a construção da capela de São Sebastião, em agradecimento a uma graça alcançada por Cosme Luiz e Sebastião Gomes (Sebastião "Chocalho") que, segundo a história, pediram o fim da epidemia no local e foram atendidos. Neste ano de 1856 ficou oficialmente convencionado a fundação da Vila de Parelhas. Dos marcos históricos da época apenas três não são conhecidos: a Igreja Matriz de São Sebastião, o Cemitério dos Coléricos do Boqueirão e outro do povoado Juazeiro. O do Boqueirão infelizmente desapareceu em 2003 quando a Prefeitura construiu sobre ele uma praça pública.
Já no Juazeiro o cemitério memorial do coléricos ainda está preservado, com seus muros de pedra e argamassa como também a estrutura do oratório (capela) e que foi restaurado no final de 2005. Este cemitério secular foi construído por Virgínio Vaz de Carvalho, pai do patriarca Bernardino de Sena e Silva. Logo ao terminar a obra Virginio e seu filho Manoel Vaz contraíram o cólera, vindo a falecer, sendo ali mesmo sepultados.
Depois de ganhar a categoria de município, em 1927, Parelhas teve importante participação na política do estado, com a Revolução de 1930 durante o governo do interventor Mario Câmara que, em 1933, nomeou para prefeito de Parelhas o comerciante e fazendeiro paraibano Ageu de Castro, líder da facção Liberal ou "pelabucho", que entrou em confronto armado com os militantes do Partido Popular, conhecidos no Rio Grande do Norte como "Perrepistas". Os Perrepistas eram liderados em Parelhas pelo fazendeiro Florêncio Luciano com o apoio de toda a elite de coronéis da região.
As escaramuças partidárias culminaram com o famoso "tiroteio de 13 de agosto de 1934", durante um comício realizado na cidade pelos perrepistas. Este episódio foi noticiado na imprensa de quase todo o país. Os efeitos da expansão urbana desordenada e a falta de políticas públicas voltadas para a área de História e Cultura e ainda a influência da ditadura militar, a partir dos anos 1960, fizeram desaparecer praticamente todo o referencial histórico e cultural de Parelhas, entre monumentos e documentários, dificultando sobremaneira o resgate e aprofundamento do Memorial do município.
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